As defesas aéreas da Venezuela são as mais avançadas da América Latina e seriam os primeiros alvos caso os EUA atacassem. 🇺🇸 🇻🇪
Os caças-bombardeiros bimotor Sukhoi Su-30MK2, fabricados na Rússia, são a face mais visível do sistema de defesa venezuelano e estão entre as aeronaves mais potentes do continente. A Venezuela comprou 24 unidades, mas, entre acidentes e problemas logísticos, não está claro quantas ainda operam, segundo relatório da ONG venezuelana Control Ciudadano.
Em setembro, Caracas divulgou um vídeo de um dos seus Su-30 do Grupo Aéreo de Caça 13 “Leones”, armado com um míssil ar-superfície antinavio Kh-31 “Krypton”, também russo.
Entre os numerosos sistemas antiaéreos do país destacam-se os S-300, os Buk e os Pechora, todos de fabricação russa e projetados para engajar alvos em diferentes altitudes e alcances — o que a Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB) chama de “Defesa Aeroespacial Multicapa”.
Adicionalmente, a Venezuela afirma dispor de 5.000 mísseis portáteis Igla-S — também russos —, operáveis por um único soldado e capazes de abater alvos de baixa altitude e curta distância.
Os S-300VM que a Venezuela possui têm alcance máximo de 200 km e altitude operacional de até 30 km. São os sistemas mais capazes do país, capazes de abater aeronaves, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos.
Já os Buk-M2E podem atingir alvos a até cerca de 40 km de distância e 25 km de altitude.
Imagens de satélite obtidas pela Vantor (antiga Maxar) mostraram dois lançadores Buk em meados de outubro na base aérea militar La Carlota, em Caracas.
Os mais antigos e menos capazes do inventário venezuelano são os S-125 Pechora 2M, com alcance aproximado de 25–35 km e teto de 18 km. Duas plataformas Pechora montadas sobre caminhões foram identificadas em imagens de Vantor perto de Barcelona, a cerca de 250 km a leste de Caracas.
Primeiro alvo?
Esses três sistemas são móveis — montados em veículos para rápida relocação — e superam em capacidade e tecnologia qualquer outro sistema atualmente implantado na América Latina. Por isso, Andrei Serbin Pont, analista de política externa, defesa e segurança, disse à CNN no início de outubro que, em caso de conflito, “possivelmente seriam os primeiros alvos a serem neutralizados”.
A doutrina de operações da Força Aérea dos EUA ressalta que o controle do espaço aéreo é uma prioridade inicial. O manual enfatiza missões de Supressão das Defesas Aéreas Inimigas (SEAD), além de ataques a bases aéreas, bases de mísseis e centros de comando e controle como alvos prioritários em operações aéreas ofensivas.
Os F-35 posicionados em Porto Rico são especialmente aptos para missões SEAD, destaca a Lockheed Martin, assim como os F/A-18 que se deslocarão com o USS Gerald R. Ford.
Os EUA têm longa experiência no desenvolvimento de táticas de supressão de defesas aéreas — o primeiro programa surgiu em 1965, durante a Guerra do Vietnã, para enfrentar mísseis antiaéreos soviéticos. Essas missões ficaram conhecidas (e continuam sendo) como “Wild Weasel” — em espanhol, muitas vezes referido como “Comadreja Salvaje”.
