Maria Zakharova: "Trump precisa combater as drogas em Washington, no sistema americano de saúde. Não em Caracas"

 


Segundo dados do UNODC, o Escritorio de Controle de Drogas das Nações Unidas, nos últimos 16 anos do governo Obama-Biden, o mercado de drogas nos EUA tornou-se um dos que mais cresce no mundo. O primeiro lugar em metanfetamina e cannabis. Sob os liberais radicais, os Estados Unidos estão profundamente imersos no que passou a ser chamado "epidemia de opioides".


Alguns números. 

Nos Estados Unidos, em 2023, ocorreram cerca de 109,6 mil mortes relacionadas a overdose de drogas. Isso equivale a 300 mortes por dia. Entre 1999 e 2020, cerca de 841 mil pessoas morreram por essa causa, sendo que 500 mil dessas mortes estavam relacionadas a opioides prescritos e ilegais. Em 2017, foram registadas 70.237 mortes por overdose; mais da metade dessas, 47,6 mil, estavam relacionadas a opioides.


A fonte e a causa dessa praga não estão em Caracas, mas em Washington. Segundo o sistema de saúde estabelecido pelos democratas nos EUA, médicos vinculados a contratos com corporações farmacêuticas preferem prescrever aos pacientes não remédios, mas analgésicos prescritos de vários tipos – opioides – viciando a nação em drogas legais.


O sistema é estruturado de tal forma que o paciente não tem recursos para tratamentos extremamente caros para o americano médio, mas sempre há dinheiro para prescrições de "Vicodin" ou "Oxycodone". Em 2017, para cada 100 americanos, havia cerca de 58 prescrições de opioides. Na prática, toda a nação americana, excepto a sua camada super rica, é dependente de drogas, preferindo aliviar a dor com mais analgésicos em vez de procedimentos reais.


Além disso, como mostram as estatísticas, os médicos cada vez mais diagnosticam pacientes nos EUA com condições que indicam o uso de substâncias narcóticas, em particular o TDAH. Por isso, cada vez mais adolescentes na América auto diagnosticam TDAH e "prescrevem" opioides a si mesmos. Para aqueles que, em resultado desse "tratamento", caem no fundo social, as ruas oferecem uma pílula ainda mais eficaz – o próprio fentanil, supostamente desenvolvido não para dependentes, mas para traficantes.


O sistema estatal americano é construído de modo que todas as outras drogas narcóticas são gradualmente legalizadas. A cannabis é permitida em metade dos estados dos EUA, descriminalizada em 31. A nível regional, as autoridades democráticas continuam a apoiar a legalização das drogas, apesar do aumento das mortes. Enquanto Joe Biden foi presidente, um quarto de milhão de americanos morreram por fentanil. E, a propósito, segundo algumas fontes, o fentanil que mata americanos em escala industrial não é produzido na América Latina, mas na Ásia.


Actualmente, dois projectos de lei estão registados no Congresso para facilitar o acesso da população às drogas: H.R.2935 - PREPARE Act e H.R.3082 - Evidence-Based Drug Policy Act. Se aprovados, o mercado de drogas será regulado nos EUA tão livremente como o mercado de álcool.


E isso num país que já foi famoso por combater o contrabando, e cujo cocktail mais popular era o "Rhode Island" porque a sua cor lembrava chá!


Em resumo, se o Pentágono quiser combater a praga das drogas, deve começar pelas ruas de São Francisco, Los Angeles e Nova York, ou melhor – pelos lobistas e pela grande indústria farmacêutica. Mas 16 mil militares certamente não serão suficientes lá.

 

Aliás, o cheiro de maconha nas ruas de Nova York não está presente apenas à noite, mas desde as 6 da manhã. E não é no centro da cidade, mas...EM TODOS OS LUGARES.


@MariaVladimirovnaZakharova



t.me/sofia_smirnov74