por Palas Atena ---------------
Depois que foi preso, uma das grandes preocupações da família e das pessoas próximas a Lula era a depressão que ele poderia ter ficando naquela masmorra de Curitiba. Um homem sociável, do contato, como Lula, não suportaria a solidão de uma cela.
Quando saiu da masmorra, Lula contou que sofreu sim, mas a necessidade de provar sua inocência e desmascarar a mentira da quadrilha do marreco de Maringá era sua força vital. Ele também resolveu se recolher, repensar sua vida, trajetória política e se alimentar de cultura.
Lula leu muito. Escreveu muito também. Viu programas de canais tradicionais e progressistas a partir dos pen-drives que os advogados levavam para ele. Recebeu intelectuais, políticos, apoiadores. Fez ginástica. Apaixonou-se. E tinha a companhia da Vigília Lula Livre.
Aqui fora o campo progressista se movimentava pela liberdade do presidente em campanhas, manifestações, shows, dentro e fora do país. E ficou amigo de seus carcereiros, com quem conversava.
O presidente soube preencher seu tempo para não sucumbir à depressão e/ou enlouquecer porque o pior castigo para o ser humano é perda da liberdade.
Fiquei pensando nisso hoje, quando o genocida passará a primeira noite numa cela da PF no contexto de arrefecimento da surpresa pela prisão. De ontem para hoje, ele ainda vivia os efeitos do susto de ser preso. Hoje não.
O genocida não tem a mínima força mental e/ou espiritual para ficar sozinho numa cela. Vai ler? Ele não gosta. Vai fazer amizade com os carcereiros? Pode ser, mas conversar sobre o quê? Diferente de Lula, ele não tem capital cultural, não sabe fazer frase com sujeito e predicado.
Além disso, a relação dos carcereiros com ele pode ser de reverência, o que cria um distanciamento. Essa figura vai surtar, principalmente se, na semana que vem, sua sentença transitar em julgado e ele tiver de cumprir pena. Quero ver o desenrolar dessa história.
Vai ser pedagógico.

