Tragédia em Maringá: Pressão de Ratinho Jr. e Silêncio de Deputados Aliados Levam Professores ao Desespero e Tentativas de Suicídio
por Julio Take no oexpressobr ----
A comunidade educacional de Maringá, no Paraná, vive dias de profunda preocupação e comoção. Relatos recentes de tentativas de suicídio por parte de docentes da rede estadual, supostamente motivadas pela intensa pressão e assédio moral de superiores em busca de resultados, trouxeram à tona uma crise de saúde mental alarmante entre os educadores.
A gravidade da situação ecoou na imprensa local e mobilizou entidades sindicais, que alertam para o “alto nível de tentativa de suicídios” e o “adoecimento mental” da categoria. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) manifestou solidariedade aos trabalhadores da educação estadual de Maringá (PR), denunciando “violências institucionais” e a “absurda precarização da carreira docente”.
O Ambiente de Trabalho Hostil e a Gestão Estadual
As denúncias apontam diretamente para a gestão da educação no estado, sob o comando do Governador Carlos Roberto Massa Júnior (Ratinho Júnior – PSD) e do Secretário de Educação, Roni Miranda Vieira. Segundo o ANDES-SN e outras representações sindicais, os colégios estaduais do Paraná tornaram-se palco de um processo acelerado de “plataformização, militarização e privatização do ensino”.
Essa conjunção de fatores estaria transformando as escolas em ambientes “hostis, controladores e desumanizados”, onde o trabalho docente é “sufocado pela pressão, pela vigilância e pela perda de sentido pedagógico”. O resultado, de acordo com as entidades, é um quadro de assédio moral e adoecimento mental alarmante, que inclui crises de ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout.
ndicato corroboram o cenário, indicando que mais de 8,9 mil professores(as) da rede estadual do Paraná foram afastados(as) para tratamento de saúde mental somente em 2024, sinalizando que o problema é de escala estadual.
A Parcela de Culpa do Legislativo e o Apelo por Ação
A crise, no entanto, não se restringe ao Poder Executivo. As críticas se estendem aos parlamentares da base aliada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A alegação é que os deputados têm sido cúmplices ao aprovarem inquestionavelmente as medidas encaminhadas pelo Governador Ratinho Junior, falhando em seu papel de defender ativamente os interesses da educação pública e dos educadores.
A categoria docente e suas representações sindicais têm um apelo claro: a população precisa ser informada sobre a postura dos legisladores. A comunidade escolar e o corpo docente se articulam para fazer uma “marcação” desses deputados, pedindo à sociedade que reavalie seu voto nas próximas eleições, punindo aqueles que não demonstraram apoio à defesa da qualidade da educação e da dignidade dos professores.
A urgência é clara: o modelo de gestão atual, que “adoece, silencia e destrói”, deve ser denunciado e combatido em todas as esferas de poder, em defesa da vida, da dignidade e da escola pública.

