Ontem os deputados Requião Filho (PDT) e Arilson Chiorato (PT) acionaram a Polícia Federal e o Ministério Público do Paraná para apurar denúncias de corrupção envolvendo o Governo do Estado e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
Divulgações de áudios feitas pelo jornal O Diário de Maringá revelam um suposto esquema estruturado de Caixa 2, propinas e coação de funcionários para financiar campanhas políticas. As gravações, atribuídas ao ex-gerente da Sanepar, Rafael Sanita, e Jaime Antônio de Camargo Ferreira, detalham um sistema de arrecadação ilegal para cobrir dívidas da campanha do governador Ratinho Júnior ou viabilizar futuras disputas eleitorais.
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Possíveis crimes - Entre os pontos mais alarmantes da denúncia está a acusação de que o diretor-presidente da Sanepar, Cláudio Stábile, teria exigido parte do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de funcionários indicados politicamente para suprir rombos financeiros de campanha.
Requião Filho explica que, se confirmadas, as denúncias podem configurar crimes de concussão, peculato e corrupção passiva. Diante da gravidade, os deputados estão cobrando respostas concretas e atuação imediata da Casa Civil e de órgãos de fiscalização. Além do MPPR e a PF, também devem ser acionados o Tribunal de Contas (TCE-PR), o Ministério Público Federal (MPF), a Agepar e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"São estarrecedoras as denúncias de corrupção e Caixa 2 envolvendo a Sanepar e o governo do Estado. Nós queremos chegar ao fundo desse escândalo. Queremos saber o que diz o Ministério Público, o que diz a Polícia Federal, o que diz a Justiça Eleitoral. Temos que passar isso a limpo. E se forem verdadeiras as denúncias, os culpados devem ir para a cadeia. Não queremos uma mancha dessa no nosso Paraná”, destaca Requião Filho.
Os deputados Arilson Chiotato (esq) e Requião Filho.
Créditos: Valdir Amaral/Alep
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Investigação - No pedido de informações, os deputados exigem transparência total nas investigações, com a entrega integral de contratos e atos de nomeação. Além disso, solicitam o encaminhamento imediato dos áudios e documentos às autoridades para abertura de investigação criminal.
Requião Filho defende que o silêncio das instituições diante de provas tão robustas agrava a crise de confiança pública e exige uma punição exemplar dos responsáveis.
Fotos: AEN

