Por Mohamad Barakat
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Foz do Iguaçu vive dias que já pertencem à história. A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Tríplice Fronteira, para a inauguração da Ponte da Integração Brasil-Paraguai e para a participação na Cúpula do Mercosul, ultrapassa a agenda oficial e assume dimensão simbólica. Não se trata apenas de diplomacia ou de uma obra de engenharia, mas da reafirmação de um projeto político que aposta na integração regional como caminho para o desenvolvimento, a justiça social e a paz entre os povos.
A Ponte da Integração, que será inaugurada no dia 19, materializa essa visão. Ao ligar Foz do Iguaçu a Presidente Franco, no Paraguai, a obra amplia o comércio, fortalece a logística regional e reduz gargalos históricos. Mais do que concreto e aço, representa um Brasil que lidera pelo diálogo e pela cooperação, com gestos concretos capazes de melhorar a vida de milhões de pessoas que vivem e circulam na Tríplice Fronteira.
No dia 20, ao participar da Cúpula do Mercosul, Lula recoloca o Brasil no centro das decisões estratégicas da América do Sul. Em um mundo marcado por conflitos e protecionismos, o presidente aposta na integração como resposta política e econômica. Sua trajetória, marcada pela defesa dos mais pobres, pelo multilateralismo e pela busca de consensos, aproxima-o de líderes universais como Nelson Mandela e Mahatma Gandhi. Assim como eles, Lula transformou a experiência da exclusão em compromisso público com a igualdade, a dignidade e a fraternidade entre os povos.
É nesse cenário que ganha força a proposta de transformar Foz do Iguaçu na sede permanente do Parlamento do Mercosul, ideia que defendo há muitos anos. Desde que minha família chegou à cidade, na década de 1950, ficou evidente a importância geográfica, econômica e cultural dessa região.
Foz reúne atributos únicos. Está na confluência de Brasil, Paraguai e Argentina, abriga a Itaipu Binacional, símbolo mundial de cooperação energética, guarda o Parque Nacional do Iguaçu e as Cataratas, patrimônio natural da humanidade, e é casa da Unila, criada em 2010 por Lula como uma verdadeira fábrica de conhecimento e integração latino-americana. Seu campus é o último projeto de Oscar Niemeyer. Somam-se a isso obras estruturantes e projetos culturais de alcance internacional, como o futuro Museu Pompidou.
Mais de um milhão de pessoas, de mais de 80 nacionalidades, vivem na Tríplice Fronteira. Poucos lugares no mundo expressam com tanta clareza a diversidade, o diálogo cultural e a convivência entre povos. Fazer de Foz a sede do Parlamento do Mercosul seria reconhecer essa vocação histórica e fortalecer o bloco com um símbolo vivo da integração.
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Mohamad Barakat, cidadão iguaçuense, empresário e ex-vereador.
